CONSCIENTIZAÇÃO E COMBATE AO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

O Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço é celebrado no dia 27 de julho. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), que vem há 50 anos buscando o melhor para a prevenção e tratamento da doença, promove durante todo o mês de julho atividades de conscientização e informação no combate a este tipo de câncer.

Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais.

Segundo levantamento do Inca, o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas.

São cerca de 41 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer. 

Os tumores malignos de cabeça e pescoço correspondem a 3% de todos os tipos de câncer. Os cânceres de cavidade oral e laringe são um dos tumores mais comuns dessa região, e mais de 60% deles ocorrem na glote.

Os tumores de cabeça e pescoço estão relacionados ao tabagismo, ao consumo de bebidas alcoólicas e a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), vírus transmitido principalmente pelas relações sexuais que atinge a pele e as mucosas. A relação entre o HPV e o câncer de cabeça e pescoço vem se tornando cada vez mais comum, sendo observada em 10% a 30% dos casos. 

Sinais e Sintomas

Uma ferida na boca que não cicatriza, um sangramento sem motivo aparente, um corrimento nasal malcheiroso que não passa, rouquidão e nódulos no pescoço podem ser sinais de câncer de cabeça e pescoço e precisam ser investigados por um médico.

É importante não confundir com um processo infeccioso.

Os sintomas causados por uma infecção, por exemplo, teriam uma duração mais curta. Então, a temporalidade dos sintomas é fundamental quando se faz avaliação de um paciente com suspeita de câncer de cabeça e pescoço.

Diagnóstico

Quando diagnosticado logo no início, as chances de cura podem chegar a 80%. O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica — que muitas vezes pode ser realizada por um médico ou dentista, sem necessidade de equipamentos especiais —, além de biópsia e exames de imagem, como tomografia, ressonância magnética ou tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT)

O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura do câncer de cabeça e pescoço. Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, deixando sequelas no paciente.

Por ser um câncer muito associado a fatores de risco ambientais, a prevenção é muito importante para diminuir sua incidência. Evitar o tabaco e o álcool é fundamental. Uma pessoa que para de fumar diminui as chances de desenvolver a doença com o passar dos anos. A infecção pelo HPV também pode ser evitada. O vírus é transmitido na relação sexual, por isso, usar preservativo é uma medida de proteção.

O Sistema Único de Saúde também oferece gratuitamente a vacina conta o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Ela deve ser tomada em duas doses com intervalo de 6 meses entre elas. Outros grupos etários podem dispor das vacinas em serviços privados, se indicado por seus médicos.

Tratamento

O tratamento, dependendo de localização, características e extensão do tumor, pode incluir cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, realizadas isoladamente ou em combinação. Após a identificação do câncer, é feita uma avaliação para verificar se o tumor é operável ou não, e então planejar o tratamento, que é multidisciplinar. 

Os tumores de cabeça e pescoço quando são diagnosticados precocemente são muito curáveis. O tratamento depende de cada caso, mas houve evolução nos últimos anos. Há tratamentos que evitam cirurgias mutilantes do ponto de vista estético e funcional, que envolvem radioterapia e quimioterapia e eventualmente drogas biológicas. Os tratamentos são efetivos para maioria dos pacientes com doença ainda localizada. Na doença metastática a imunoterapia tem sido um grande avanço.

Informar a população sobre a importância da prevenção e conscientizar sobre os fatores de risco são objetivos da campanha “Julho Verde”.

Em prol dessa ação, a proposta é utilizar a cor verde e a hashtag #julhoverde para disseminar a informação sobre o tema e atingir o maior número possível de pessoas, com ações na internet, redes sociais e nas ruas.

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Renata Mattos
Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho (Unesp) desde 2006. Voluntária em projetos sociais de apoio ao paciente com câncer. Enfermeira-chefe do Instituto de Oncologia de Mogi das Cruzes-SP de 2009 a 2019. Atuou como docente de Enfermagem na Universidade de Mogi das Cruzes e hoje dedica-se a projetos pessoais no auxílio ao paciente com câncer e seus familiares com o auxílio de terapias holísticas e integrativas como aromaterapia e ayurveda.
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