Há tempos, acreditava-se que pacientes em tratamento de doenças crônicas, como câncer, deviam manter-se em repouso e reduzir suas atividades físicas. Hoje, é cada vez maior a busca por terapias complementares para o tratamento de doenças. No caso do câncer, tem-se estudado muito na última década a orientação da prática de exercícios físicos a fim de combater o mal e trazer mais bem-estar aos pacientes. Recentes pesquisas demonstram que a prática de exercícios não só é segura e possível durante o tratamento do câncer, como também pode melhorar a disposição, o corpo e também a qualidade de vida do paciente.
Por outro lado, o repouso em excesso pode resultar em perda funcional, atrofiamento muscular, além de reduzir a amplitude dos movimentos do paciente.
É possível enumerar diversas vantagens fisiológicas de um tratamento por meio da atividade física. Os exercícios físicos promovem um aumento da circulação, da respiração e da depuração de substâncias tóxicas do organismo. Com isso, traz benefícios aos pacientes tratados com quimioterapia.
Estudos mostram que pacientes que praticam exercícios físicos tem menos fadiga, depressão, náuseas e vômitos.
Além disso, a atividade física contribui para a manutenção da força muscular, pode manter e até aumentar os níveis de energia, contribuir para uma melhor rotina diária, otimizando períodos de sono e descanso, e aumentar os momentos de lazer. A realização de exercícios ocasiona uma melhora no apetite, na autoestima e na auto percepção, bem como influencia a rotina diária, proporcionando melhor qualidade de vida.
A prática de atividade física no tratamento do câncer também pode promover uma redução no tempo de recuperação dos sintomas do tratamento oncológico e ajudar os pacientes a se sentirem melhor através da diminuição dos efeitos colaterais.
Além disso, a melhora psicológica do paciente é visível, já que, com uma atividade que gosta, ele se sente bem apesar da dura recuperação. Durante o tratamento do câncer, é importante a pessoa evitar o estresse, comendo bem e fazendo algo que gosta, como uma atividade física à qual está acostumada.
Cada paciente com câncer deve ser avaliado individualmente e, se o mesmo estiver em condições físicas adequadas, a prática de exercícios não só pode como deve ser estimulada como forma de melhorar a autoestima e a qualidade de vida.
Mesmo sendo indicado, vale ressaltar que não adianta uma pessoa que jamais praticou um exercício físico seja obrigada a realizar uma atividade. Ela precisa aceitar e enxergar o exercício como algo que pode trazer bons resultados.
Além de se sentir bem, é importante que o paciente faça o acompanhamento médico adequado no período em que estiver realizando estas atividades, já que apenas o especialista que o acompanha é capaz de orientar quais são os limites de quem luta contra o câncer, ainda mais no caso de um momento pós-operatório.
A fadiga, queixa frequente entre os pacientes, é o principal obstáculo para iniciar ou manter uma atividade física. No entanto, é justamente um pouco de exercício físico, respeitando as limitações do paciente, que vai diminuir esse e outros sintomas.
Além do médico, apenas a própria pessoa pode dizer qual seu limite.
Um dos causadores da fadiga crônica é a caquexia (emagrecimento intenso) que provoca alterações no metabolismo de nutrientes. Isso resulta em perda involuntária de peso, perda de massa muscular, anemia e redução na ingestão alimentar, culminando em reduzida expectativa de vida. Esses fatores favorecem o tecido tumoral, o qual compete com as demais células do corpo em relação às fontes energéticas.
Nesse sentido, ao se elevar o gasto energético através dos exercícios, o organismo passa a ter uma exigência maior de nutrientes, competindo com o tumor. O exercício físico promove o aumento do consumo da glicose, diminuindo os níveis de glicose e de insulina circulantes, reduzindo assim a oferta de nutrientes às células tumorais.
A caquexia é uma síndrome paraneoplásica (doença associada ao câncer) e é considerada como doença inflamatória crônica causada pelo aumento de substâncias pró-inflamação. O exercício físico promove aumento dos níveis de fatores anti-inflamatórios, agindo assim, contra a caquexia.
A atividade física regular possui efeitos benéficos positivos na saúde física e mental, bem como na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com câncer em tratamento e pós término do tratamento.
A realização de atividades complementares durante o tratamento oncológico é capaz de atuar auxiliando fisiologicamente no processo de melhora e também integrando novamente o indivíduo à sociedade, não apenas visando sua cura, mas oferecendo o mínimo possível de agressão a seu corpo e proporcionando o mais importante: o bem-estar do paciente.
“A atividade física faz bem para todos e para quem tem câncer ainda mais”.
Converse com o seu médico sobre os tipos de exercício que você poderá fazer!
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