ADESÃO AO TRATAMENTO

Você já ouviu falar sobre “adesão”? Sabe qual a real representatividade deste termo no resultado do seu tratamento?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), adesão ao tratamento significa “a medida com que o comportamento de uma pessoa corresponde às recomendações de um profissional da saúde”. Em outras palavras, para o efetivo controle de uma doença crônica, é preciso seguir todas as orientações da equipe multiprofissional. Essas, muitas vezes, incluem tomar a medicação prescrita de forma contínua e adotar algumas mudanças no estilo de vida.

A adesão está ligada à mudança de rotina e à incorporação de novos comportamentos, que se fazem necessários para o real controle da doença e que, conseqüentemente, permitem ao paciente viver o dia a dia em normalidade.

É importante o uso permanente dos medicamentos recomendados, dieta alimentar balanceada, prática de atividades físicas, reconhecimento dos efeitos adversos e seu relato à equipe médica para que se possa avaliar a eficácia do tratamento. É importante que o paciente aja de forma ativa e responsável com relação à doença e, que o local onde realiza o tratamento, ofereça todo o suporte humano e auxílio para tal seguimento.

Baixa adesão

A baixa adesão ao tratamento de doenças crônicas é um problema de ordem mundial. Segundo a OMS, em países desenvolvidos, a adesão em longo prazo gira em torno de 50% apenas, número que tende a ser menor em nações em desenvolvimento, como o Brasil. O principal problema da não adesão ou baixa adesão a tratamentos oncológicos são os efeitos colaterais. Se os efeitos adversos não são controlados, o paciente acaba por suspender o medicamento inapropriadamente. Por isso a importância ao paciente relatá-lo, para que possamos manejar os inconvenientes.

Além do câncer – A adesão ao tratamento não se restringe ao seguimento das recomendações do oncologista, mas, também, aos cuidados a doenças pré-existentes. Muitas vezes o paciente cessa, equivocadamente, o tratamento de outra doença crônica (como diabetes, por exemplo), entendendo que deva priorizar o tratamento do câncer.

Isso não deve ser feito!

É a equipe médica que determinará qual a maneira correta de realizar ambas as terapias.

Além de efeitos adversos, outras razões podem interferir na não adesão ou baixa adesão ao tratamento: os fatores de ordem emocional.

O paciente pode estar no seu limite. Extenuado, deprimido com os baixos resultados do tratamento. Assim, reforça-se a fundamental importância da equipe multidisciplinar. Compartilhando informações, a equipe multidisciplinar pode discutir e planejar medidas para trazer o paciente de volta.

Ocorre também a baixa adesão a tratamentos de longo termo, como a hormonioterapia.

Durante este tratamento, diferente do período da quimio ou radioterapia, em que é acompanhado pela equipe no dia a dia, o paciente está só. Percebendo melhora, pode, por conta própria, abandonar o tratamento.

O abandono do tratamento, a administração de medicamentos de forma inapropriada, possivelmente ocasiona algo que nenhum paciente quer. A baixa efetividade do tratamento ou a progressão da doença.

A função da equipe é otimizar a utilização da droga.

O medicamento tem melhor efetividade pela manhã?
• Interagindo com determinado alimento surtirá melhor resultado?

O profissional orientará para isso.

Quimio oral – Converse com a equipe e adira ao tratamento corretamente

É incontestável o ganho em qualidade de vida que têm os pacientes em uso de quimioterápicos orais. Enquanto durante a infusão da quimio eles são acompanhados de perto pela equipe, neste procedimento utilizam-se sozinhos dos quimioterápicos orais. Isso exige ainda mais responsabilidade do paciente, que deve informar-se sobre o uso correto do medicamento e seguir à risca as determinações. Aumenta também a responsabilidade da equipe médica, que deve ser ainda mais criteriosa para orientar os pacientes sobre o tratamento. Pense sobre isso e converse com seu médico e equipe!

O Simplifique o câncer agora convida você, paciente ativo e responsável, a questionar-se sobre a forma como está aderindo ao tratamento. Está preparado? Então, vamos lá:

Você está aderindo corretamente ao tratamento?
• Por que você está tomando o medicamento?

Em caso de medicamento via oral:

  • Onde você deve armazenar o medicamento?
  • Quando você deve tomar o medicamento?
  • Como você deve tomar o medicamento?
  • Por que você deve esperar efeitos adversos?
  • Quem você deve contatar se perceber um efeito adverso?
  • O efeito adverso era algo esperado ou não?
  • Os efeitos adversos informados pela equipe estão ocorrendo? Se não, você comunicou à equipe?

Durante o tratamento do câncer, o comportamento do paciente influencia de forma significativa nos seus resultados.

A situação psicológica negativa colabora com o aumento da sensação de dor e maior desconforto físico. Estudos indicam que, quanto maior a autoestima do paciente, maior será sua segurança e tranquilidade, tornando o tratamento mais eficaz.

Portanto, como já foi dito, algumas mudanças no estilo de vida também serão necessárias, mas é possível se adaptar e manter o bem-estar. A grande aliada do paciente com câncer é a informação: conhecer a doença e suas implicações dá ferramentas para assumir maior controle durante o enfrentamento ao câncer.

E aí, você está aderindo corretamente ao tratamento?Pense nisso!

Estamos aqui para tirar suas dúvidas. Deixe seu comentário.

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Renata Mattos
Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho (Unesp) desde 2006. Voluntária em projetos sociais de apoio ao paciente com câncer. Enfermeira-chefe do Instituto de Oncologia de Mogi das Cruzes-SP de 2009 a 2019. Atuou como docente de Enfermagem na Universidade de Mogi das Cruzes e hoje dedica-se a projetos pessoais no auxílio ao paciente com câncer e seus familiares com o auxílio de terapias holísticas e integrativas como aromaterapia e ayurveda.
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