Abril é o mês de conscientização do câncer de testículo, doença que representa de 1% a 5% do total de casos de tumores em homens no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Apesar de raro, preocupa porque a maior incidência é em homens em idade de pico reprodutivo – entre 15 e 50 anos. Nessa fase, há chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por orquiepididimites (inflamação dos testículos e dos epidídimos – canais localizados atrás dos testículos e que coletam e carregam o esperma) geralmente transmitidas sexualmente.
A prevenção é muito importante porque este tipo de câncer atinge homens jovens, sendo mais comuns em adolescentes e adultos jovens, que em geral tem risco muito pequeno de ficar doente. A boa notícia é que esse tipo de tumor pode ser curado na maioria dos casos, mesmo quando já há metástases.
Um dos fatores que contribuem para o alto índice de cura dos tumores de testículo é sua detecção precoce. Como alterações no testículo são facilmente perceptíveis, a doença é descoberta em estágios ainda iniciais, na maioria das vezes. Mesmo assim, é importante os homens fazerem o autoexame, observando se há alterações na pele da bolsa testicular e no formato dos testículos. Caso notem alguma alteração ou nódulo, região endurecida ou crescimento anormal do testículo, é importante consultar um urologista.
Os principais sintomas
O principal sintoma do câncer de testículo é o aumento do volume ou surgimento de um nódulo endurecido no testículo. Além disso, outros sintomas como dor imprecisa na parte baixa do abdômen e aumento ou sensibilidade dos mamilos também merecem atenção.
Dores agudas e inchaços repentinos dos testículos não são sintomas comuns desse tipo de câncer. No entanto, diante desses ou dos demais sintomas citados, um médico deve ser consultado.
Auto-Exame
Pancadas no testículo não causam câncer
Muitos supõem que pancadas ou pressão nos testículos devido a esportes, por exemplo, possam causar a doença, mas isso é mito. Não existe nenhuma relação do câncer de testículo com pancadas na região.
O principal fator de risco para o câncer de testículo é a criptorquidia. Ou seja, quando os testículos, que são formados no interior do abdômen durante a gestação, não se deslocam para a bolsa escrotal antes do nascimento do bebê. Aqueles que nascem com esse tipo de problema têm 10% de risco estimado para desenvolver câncer de testículo.
Como não é possível prevenir a criptorquidia, as crianças que nascem com esse problema devem ser acompanhadas mais de perto pelo pediatra. Os testículos podem descer naturalmente ao longo dos primeiros anos de vida. Caso contrário, a criptorquidia pode ser corrigida por cirurgia.
Sintomas do Câncer de Testículo Avançado
Muitos homens podem não apresentar sintomas de imediato, mesmo que a doença esteja disseminada para outros órgãos. Contudo alguns homens podem ter sintomas como:
- Dor na parte inferior das costas pode ser um sinal de que o câncer se disseminou para os gânglios linfáticos no abdome.
- Falta de ar, dor torácica, tosse ou até mesmo expectorar sangue podem se apresentar se a doença se disseminou para os pulmões.
- Dor abdominal, devido aos linfonodos aumentados ou metástases para o fígado.
- Dores de cabeça ou confusão, devido à disseminação do câncer para o cérebro.
Como diagnosticar e tratar
O ultrassom com doppler da bolsa testicular é o exame mais usado para indicar a suspeita de câncer de testículo. Quando diagnosticado em estágios iniciais, a cirurgia acaba sendo suficiente para tratar esse tipo de câncer. Realiza-se um procedimento de extração do testículo afetado. Pode-se colocar uma prótese no local do testículo para fins estéticos.
O câncer de testículo, no entanto, pode atingir linfonodos (pequenos órgãos presentes nos vasos linfáticos) do abdômen, quando a doença está em estágio intermediário; ou provocar metástase (estágio avançado da doença), espalhando-se para fígado, pulmões e cérebro, por exemplo. Quanto mais rápido for o diagnóstico, melhores são as condições de tratamento, embora mesmo nos casos de metástase há grandes chances de cura.
Para os casos nos estágios intermediários e avançados, o tratamento pode incluir quimioterapia e radioterapia, além da cirurgia. Em geral, quando essas terapias complementares são necessárias, o tempo médio de duração do tratamento é de quatro a seis meses.
Apesar de a maioria dos pacientes manterem-se férteis com o testículo remanescente, é interessante que o paciente converse com seu oncologista para entender se há necessidade da criopreservação dos espermatozoides. Dessa forma, antes de iniciar o tratamento os espermatozoides do paciente são coletados e congelados à temperatura de 196°C negativos. Isso aumenta ainda mais as chances de fertilidade, caso o paciente deseje ter filhos.
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